DIÁLISE: BRASIL AVANÇA COM REAJUSTE DA TABELA SUS, MAS DEFASAGEM SEGUE SENDO DE 33%

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Ministério da Saúde anuncia nesta quarta (29) 12,5% de aumento do valor que remunera o tratamento de hemodiálise e 24,32%, para diálise peritoneal, já a partir de janeiro de 2022. Estudo da ABCDT, apresentado nos grupos de trabalho com o órgão federal, apontava defasagem de 46%. País pratica o menor valor da América Latina para pagamento do tratamento

O Brasil tem hoje cerca de 144 mil pessoas com doença renal crônica recebendo tratamento renal substitutivo no país. A maioria (87%) dependendo do Sistema Único de Saúde para receber diálise, em clínicas privadas conveniadas. O país pratica uma das menores remunerações deste tratamento da América Latina e mantinha o mesmo valor da Tabela SUS para estes procedimentos deste 2017. Isso representa uma defasagem de 46% entre o real custo de cada sessão de hemodiálise e o que o Ministério da Saúde vinha repassando. Nesta quarta-feira (29), houve um pequeno avanço na correção desta distorção, com o Governo Federal anunciando o reajuste da Tabela SUS para a diálise já a partir de janeiro de 2022, sendo 12,5% para hemodiálise, e 24,32% para a diálise peritoneal.

A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) participou ativamente dos Grupos de Trabalho com o Ministério da Saúde para buscar esse reajuste, em reuniões que aconteceram em Brasília nos últimos cinco anos.

“Entendemos que temos um avanço com esse reajuste concedido depois de tanto tempo, mas ainda não corrige a defasagem histórica. Faltam 33% para termos um valor de remuneração compatível com o custo atual para a realização de cada sessão de hemodiálise. A ABCDT seguirá atuando junto aos órgãos do Executivo e do Legislativo para atingir esse objetivo e garantir o melhor tratamento para a população brasileira. Hoje, com esses valores praticados, o paciente SUS não consegue ter acesso a opções de tratamentos que podem garantir uma melhor qualidade de vida e que já estão disponíveis no mercado”, destaca o presidente da ABCDT, o médico nefrologista Marcos Alexandre Vieira.

O próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante a cerimônia de assinatura do reajuste ocorrida pela manhã em Brasília, admitiu que o reajuste ainda não é o ideal.

Cresce demanda por diálise durante pandemia – Estudo recente apresentado pelo Ministério da Saúde apontou crescimento de 4% na necessidade de hemodiálise no país após o início da pandemia do novo coronavírus em 2020. Este crescimento está associado ao fato de que de 30% a 50% dos pacientes graves internados por covid-19 apresentaram no Brasil e no mundo complicações renais e precisaram de diálise durante e depois da internação, como sequela da doença.

Além disso, a pandemia também gerou uma inflação de até 800% em alguns insumos necessários para o tratamento. O que tornou os custos de cada sessão de diálise ainda maiores, nos últimos dois anos.

Levantamento feito pela ABCDT mostrou o fechamento de 39 clínicas de diálise no Brasil nos últimos cinco anos como consequência desse colapso financeiro. Muitas que não fecharam, deixaram de atender pacientes do SUS.

A Diálise Não Pode Parar – o doente renal crônico não tem opção, precisa receber o tratamento de hemodiálise de três a cinco vezes por semana. É a conexão com a máquina que garante a filtragem do sangue e eliminação das toxinas do organismo, que o rim doente não consegue mais fazer.

Sobre a ABCDT

A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) é uma entidade de classe que representa as clínicas de diálise de todo o país. Tem como principal objetivo zelar pelos direitos e interesses de seus associados, representando-os junto aos órgãos públicos, Ministério da Saúde, Senado Federal, Câmara Federal, Secretarias Estaduais e Municipais. Também representa as clínicas e defende seus interesses individuais e coletivos.

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