Pacientes da hemodiálise montam vigília na prefeitura

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"ELES ESTÃO BRIGANDO POR DINHEIRO, NÓS ESTAMOS LUTANDO PELA VIDA”
– Assustados com grande número de mortes, eles pedem hospital de retaguarda no município.

Vítimas do descaso e falta de sensibilidade política em Teresópolis, os pacientes da hemodiálise montaram uma vigília na entrada da Prefeitura nesta quinta-feira. Dessa vez, as pessoas que há um ano e meio ouvem promessas do prefeito Arlei Rosa e sua equipe e já não sabem quando ficará pronta a Clínica de Hemodiálise na Tijuca, buscaram atendimento para pedir a regulamentação de um hospital na cidade que possa atendê-los em casos de emergência. Hoje, quem não tem plano de saúde é obrigado a procurar a UPA e, caso não se recupere, o que geralmente não acontece tão facilmente, é encaminhado para hospital em São Gonçalo. “Estamos tristes por causa dessa grande quantidade de mortes, pois nunca vimos morrer tantos pacientes como agora. Nunca vi morrerem tantos, chegando ao ponto de quatro em uma semana. Estamos aqui para pedir, mais uma vez, um hospital de retaguarda. O que temos é lá em São Gonçalo. O que queremos é alguma coisa em Teresópolis… Só isso… Nem temos mais esperança dessa clínica, só queremos um atendimento de emergência”, relatou Oziel da Silva, que faz hemodiálise há 9 anos.

Um caixão e muitas faixas atentando para a grave situação foram colocadas no principal acesso da prefeitura. Desde o fechamento do Setor de Hemodiálise do Hospital São José, em setembro de 2013, os pacientes estão viajando para Itaboraí. Nesse período, a conclusão da obra do Centro de Hemodiálise da Tijuca foi anunciada para quatro datas diferentes, sendo a última promissão da administração Arlei Rosa meados do próximo mês. “A gente está igual a santo, vivendo só de promessa e nada se resolve, nada se conclui, só sofrimento. Não temos base de apoio nenhuma em Teresópolis e a situação só está se complicando. Já são 47 mortos e quem será o próximo? São duas horas de viagem para ir, quatro horas de hemodiálise e duas para voltar, isso sem contar que às vezes um paciente passa mal e o ônibus têm que parar”, atenta Sueli de Jesus, que precisa desse tipo de atendimento há 14 anos.
Janete de Oliveira Ribeiro contou que nesta quarta-feira chegou de Itaboraí depois das 22h. E, não bastasse o dia todo na luta, ainda passou por mais um problema: “Estava mal e cheguei às 22h15, mas o carro de transporte para casa só chegou às 23h20. Ligamos para o chefe do setor de transporte, que disse que não estava conseguindo comunicar o motorista, no lugar de arrumar outro para não nos deixar esperando. Resultado, cheguei em casa meia noite, depois de um dia muito cansativo”, disse.
Decepção com os vereadores
Nas últimas semanas, os pacientes da hemodiálise acompanharam as sessões da Câmara Municipal com a expectativa de conseguir algum tipo de apoio ou, pelo menos, ver afastado aquele que consideram um dos principais culpados pelo drama que vivem, o Prefeito Arlei Rosa. Porém, parte dos edis optou por mantê-lo no cargo. Além disso, a declaração do Vereador Serginho Pimentel, de que os pacientes estariam participando de algum jogo político, causou bastante revolta. “Eles são uma vergonha. Falar que estamos sendo coagidos e manipulados por políticos para ir para a rua… Somos pacientes, todos que estão aqui de branco são pacientes, estão pedindo ajuda e gritando pela vida. Não somos políticos. Os políticos estão lá dentro brigando por dinheiro e nós estamos lutando pela vida”, enfatizou Oziel.
Fonte: Net Diário – 23/03/2015

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