Hospital Santa Lydia mantém dívida de R$ 80 mil com clínica de diálise

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Segundo empresa de Ribeirão Preto, pagamento não é feito desde janeiro. Nesta semana, 19 ortopedistas pediram demissão por atraso nos salários.
A empresa VHP Saúde, clínica particular que presta serviços de nefrologia e diálise ao Hospital Santa Lydia, de Ribeirão Preto (SP), acionou o Ministério Público (MP) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para receber pagamentos atrasados desde janeiro deste ano. Segundo a diretora clínica da empresa, a dívida acumulada até o final de setembro é de R$ 80 mil. O Cremesp informou que abriu sindicância nesta quarta-feira (5) para apurar a denúncia.
Este é o segundo caso de atrasos nos pagamentos relatados por prestadores de serviço do hospital nesta semana. Na segunda-feira (3), dezenove médicos ortopedistas do hospital pediram demissão alegando problemas no recebimento. A administração do centro médico confirmou as acusações e afirmou que os atrasos estavam previstos em contrato. Entretanto, durante coletiva de imprensa, o superintendente do hospital, Ariclenes Garcia, negou que houvesse problemas em outros setores.

Em nota, o hospital informou que os serviços de nefrologia e diálise são pagos exclusivamente pelo SUS e por convênios, sendo que a Fundação Hospital Santa Lydia faz o pagamento com base nesses repasses. Segundo o centro médico, os convênios e o Ministério da Saúde auditam os serviços, conferem as notas e colocam em ordem cronológica os valores, provocando a demora nos pagamentos.
O hospital informou também que nesta terça-feira foi creditado à VHP Saúde um valor de R$ 22.112,72, referente a serviços já concluídos e conferidos pelo Ministério da Saúde.
Atrasos
Segundo a diretora da VHP Saúde, Maria Terezinha Vannunchi, a representação contra o hospital foi entregue à promotoria na terça-feira (4) e a denúncia é a segunda feita em um ano, referente ao mesmo assunto. “A primeira ocorreu no ano passado, e em julho deste ano pagaram os atrasados de outubro, novembro e parcial de dezembro de 2013”, disse.
Neste ano, os pagamentos estão atrasados desde janeiro e não foram pagos até 31 de setembro de 2014. “São 295 diálises, mais as consultas, horas extras, procedimentos noturnos e estão devendo R$ 80 mil”, comentou. Segundo a diretora da clínica, a equipe é formada por quatro médicos, dois técnicos de enfermagem, um técnico de manutenção, uma enfermeira e uma auxiliar administrativa. Os serviços são prestados no Hospital Santa Lydia com duas máquinas de hemodiálise e uma máquina de depuração de água.
Maria Therezinha afirmou que o serviço não pode ser interrompido. “Nossa situação chegou no limite porque vimos que os ortopedistas pediram demissão, mas nós não podemos encerrar o contrato, porque nosso serviço é de urgência e emergência”, explicou. Segundo ela 90% das hemodiálises são feitas em pacientes do Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital.
O promotor de saúde Sebastião Sérgio da Silveira não foi encontrado para comentar a denúncia e sobre os procedimentos que serão tomados após a entrega da representação. O conselheiro do Cremesp em Ribeirão Preto, Eduardo Luiz Bin, informou que o conselho já abriu sindicância para apurar a situação.
Salários atrasados
Em entrevista ao G1, um dos ortopedistas que pediu demissão, e que não quis se identificar, disse que os atrasos nos pagamentos dos salários ocorrem desde março deste ano.
O médico afirmou que o pedido de demissão da equipe com 19 profissionais foi feito no início de outubro e que, desde então, os profissionais atuavam em cumprimento ao aviso-prévio.
Segundo ele, os problemas começaram já no início da assinatura do contrato firmado com o Hospital Santa Lydia para serviços de atendimento de ortopedia em março deste ano.
Em entrevista coletiva na terça-feira, o superintendente do hospital afirmou que os atrasos eram previstos em contrato. “Os recursos não decorrem somente da Secretaria de Saúde, tem questão dos particulares e dos convênios, que não têm que pagar em 10 dias, 20 dias, têm prazos que vão recursando e podem se arrastar por meses”, afirmou Garcia.
O superintendente do hospital afirmou também que os atrasos aconteciam somente no setor de ortopedia. “Somente a equipe de ortopedia teve problema, nas outras estamos em dia”, disse.
Fonte: G1 – 06/11/2014

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