Problemas em repasses financeiros põem em risco pacientes de hemodiálise, em São Gonçalo

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Se a perspectiva de ficar preso a uma máquina cinco horas por dia, três vezes por semana, é ruim, a de não poder mais fazer o tratamento é ainda pior. E é exatamente este o fantasma que assombra os cerca de 550 pacientes que precisam passar por sessões de hemodiálise em clínicas conveniadas à Prefeitura de São Gonçalo. Os responsáveis pelas clínicas se queixam de atrasos nos pagamentos, o que pode acabar fechando os leitos.

— Não é um exame de sangue, que você pode adiar. Aqui, se não pudermos usar a máquina, morreremos — desabafa a aposentada Sueli Angelica, de 62 anos: — São 23 anos de hemodiálise para morrer agora?! Espero que não.
A maior das unidades, a Clínica Nefrológica, com 400 pacientes, só conseguiria manter o funcionamento até quarta-feira. Mas, na tarde de segunda, a prefeitura fez um repasse, diminuindo um pouco o problema.
— Diminuiu um pouco só. O dinheiro que chegou vai para comprar insumos, pagar os fornecedores que estão há mais tempo em atraso, pagar os impostos, com juros, senão a prefeitura e o estado nos interditam — diz o médico Renato Torres Gonçalves, um dos sócios da clínica.
Dívidas
Para honrar os pagamentos dos funcionários, o médico-empresário precisou de dois empréstimos bancários para reduzir o défcit de quase R$ 2 milhões. O banco, então, também entra na conta.
— A gente acaba ficando nervoso com a situação. Já estamos numa condição que não é boa, e ficar sabendo desse problema prejudica o nosso tratamento. No mês passado, Cedae e Ampla estiveram aqui para cortar o fornecimento. Não desligaram porque é uma clínica — garante o paciente Paulo Eugênio, de 53 anos.
O Ministério da Saúde informou que não tem qualquer pendência relativa a esses procedimentos com o município de São Gonçalo. Renato Torres diz que o que foi encaminhado ontem corresponde ao repasse que chegaria em dezembro. A prefeitura se resumiu a dizer, através de nota, que “o pagamento foi regularizado”, sem informar quais foram as parcelas pagas.
Fonte: EXTRA – 03/02/2016
 

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