
Pacientes de hemodiálise do município de Ibitiara, na região da Chapada Diamantina, denunciaram ao Bnews as condições precárias do transporte para Tratamento Fora do Domicílio (TFD), oferecido pela prefeitura para levá-los até a clínica em Seabra, onde realizam tratamento três vezes por semana. Segundo os relatos, os veículos são frequentemente lotados, sujos, inseguros – e, em muitos casos, os pacientes aguardam horas pela condução de volta para casa.
Em vídeo enviado à reportagem, é possível ver o micro-ônibus superlotado, com passageiros sentados até sobre o compartimento do motor, ao lado do motorista.
“Já fui de carona, de transporte próprio… Quando consigo pegar o ônibus, está cheio, parecendo carro de feira, sem lugar para sentar. E isso que eu tenho prioridade”, contou um paciente que percorre cerca de 14 quilômetros da comunidade de Olhos d’Água do Seco até o ponto de embarque.
Outro relato aponta que os carros utilizados para o deslocamento da zona rural à sede da cidade estavam em péssimas condições. “Um carro estava sem freio de mão, outro com cheiro de combustível e poeira. Só trocaram depois que a gente fez vídeo reclamando”, contou uma usuária.
A denúncia ganhou ainda mais repercussão após a vereadora Dilma de Narcísio (PT) publicar um vídeo nas redes sociais. Nas imagens, pacientes aparecem aguardando o transporte em condições insalubres, sentados em cadeiras na rua e com o ônibus visivelmente enferrujado.
Em entrevista ao Bnews, Dilma afirmou que a situação piorou após a troca de gestão. “Antes havia uma van exclusiva para os pacientes de hemodiálise. Agora vão em ônibus ou carros aleatórios, às vezes até em transporte escolar. E o número de pessoas no veículo aumentou, sem nenhuma adaptação”.
O que diz a prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Ibitiara confirmou que nove pacientes fazem tratamento em Seabra e afirmou que o transporte é feito por veículo exclusivo, com capacidade para 32 pessoas, devidamente higienizado e com motorista fixo. Segundo a gestão, o trajeto da sede à clínica ocorre às terças, quintas e sábados, com direito a acompanhantes e apoio no deslocamento de casa até o ponto de embarque.

A prefeitura admitiu um caso de atraso, que teria ocorrido devido à necessidade de remanejamento de motoristas para atender uma emergência, atrasando em cerca de 30 minutos o retorno dos pacientes. A gestão ressaltou ainda que mantém uma casa de apoio na sede do município, com hospedagem e alimentação para quem preferir aguardar o transporte em melhores condições.
Sobre as críticas da vereadora, a administração municipal afirmou que “foi meramente politicagem em que quebra todos os princípios de cuidado aos pacientes, com distorção dos fatos com exposição e difamações incabíveis a gestão municipal”.
Fonte: Bnews