Campinas amplia vagas de hemodiálise após internações por falta de atendimento ambulatorial

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Campinas amplia vagas de hemodiálise após internações por falta de atendimento ambulatorial — Foto: Firmino Piton

Acordo com o Hospital Beneficência Portuguesa garantiu 24 novas vagas no SUS Municipal.

Após relatos de pacientes internados por falta de vagas ambulatoriais para hemodiálise em Campinas (SP), a Secretaria de Saúde anunciou a abertura de 24 novas vagas para o tratamento.

A ampliação ocorreu a partir de domingo (1), elevando para 276 o total de vagas ofertadas na rede pública municipal da metrópole.

Com a mudança, o número de atendimentos ambulatoriais no hospital Beneficência Portuguesa, conveniado da administração, passou de 159 para 183. Outras 93 vagas seguem disponíveis por meio do convênio com o Hospital PUC-Campinas.

A medida é uma tentativa de responder ao que aconteceu em março, quando pelo menos seis pacientes estavam internados em hospitais da cidade — entre eles, Mário Gatti, Ouro Verde e PUC-Campinas — apenas para garantir o acesso à hemodiálise, procedimento que normalmente deve ser feito de forma ambulatorial.

Segundo a médica nefrologista Clarice Zinato Moreira, a internação prolongada nesses casos eleva riscos como infecções, trombose e até transtornos psicológicos. Ela alerta que o número de pessoas com necessidade de diálise cresce a cada ano, sem que haja a mesma expansão nas vagas de atendimento.

A presidente da Associação de Transplantados de Campinas e Região, Ivone Mendonça, classificou a situação, à época, como “calamidade pública” e cobrou soluções mais efetivas do poder público.

A Secretaria de Saúde municipal afirmou que o aumento da demanda se acentuou após a pandemia de Covid-19. A média mensal de novos pacientes passou de 15,6 antes da pandemia para 26,5 em 2025.

Em nota, o secretário de Saúde, Lair Zambon, destacou que a ampliação é fruto de esforços para qualificar a assistência prestada pelo SUS Municipal.

O acesso às vagas continua sendo feito por meio do Sistema Informatizado de Regulação de São Paulo (Siresp). Já a responsabilidade primária pela oferta do procedimento, classificado como de alta complexidade, é do governo estadual, que também avalia a abertura de um novo turno de hemodiálise no Hospital de Clínicas da Unicamp.

Fonte: G1 Campinas e Região