Pacientes renais se apaixonam após transplante

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História de Luciane e Leandro mostra que o amor supera a adversidade
“Meu nome é Luciane Martins, tenho 37 anos e aos 21 fui diagnosticada com insuficiência renal crônica. Esta condição deixou a minha vida de ponta cabeça e abalou muitos sonhos, inclusive o término do meu namoro”. Este é o depoimento de uma paciente da Fundação Pró-Rim, referência nacional em tratamento e transplantes renais. A partir desse episódio, Luciane ficou 10 anos em hemodiálise até ser transplantada. A esperança virou desencanto. “A minha alegria durou pouco. Doze dias depois do transplante, o rim doado sofreu rejeição e então voltei para a máquina de hemodiálise”, lembra.
Mesmo com toda a tristeza, Luciane nunca deixou de acreditar que as coisas um dia pudessem melhorar. Algum tempo depois, recebeu uma nova oportunidade: um novo transplante e desta vez com sucesso. A condição física, a qualidade de vida e a auto-estima melhoraram significativamente. “Mesmo assim, embora jovem, tomei a decisão de deixar de lado a vida sentimental, não criar expectativas e dedicar-me principalmente aos cuidados com a saúde”.
Durante uma avaliação pós-transplante, na Fundação Pró-Rim, Luciane conheceu Leandro de Lázaro, também paciente renal. “Ele havia sido transplantado um ano antes de mim e estava no ambulatório pelo mesmo motivo que eu, ou seja, fazer os exames de manutenção. Já havia visto o Leandro algumas vezes na Pró-Rim, mas nunca tinha conversado com ele”, conta.
Luciane percebeu que algo incomodava o Leandro naquele dia. Ele queixou-se que estava com dor de cabeça. “Então, abri a bolsa, lhe ofereci um analgésico e passamos a conversar. A sua história era um pouco parecida com a minha. Revelou que entre outras decepções, a doença também provocou o fim do seu casamento”. Por conta da insuficiência renal crônica, Leandro estava aposentado e morava em Joaçaba (SC) com a irmã. Ele havia trabalhado boa parte da vida em um grande frigorífico da região. Já Luciane residia com os pais em Itaiópolis, no Norte do Estado.
Encontros nas consultas e unidos no mesmo tratamento
Luciane recorda que a doença os aproximou ainda mais e a afinidade entre eles aumentou, mas o relacionamento permaneceu apenas no campo da amizade. “Certo dia, Leandro se ofereceu para me dar uma carona até Joinville, na consulta seguinte, que aconteceria nos próximos dias. Aceitei, pois a minha casa ficava no caminho para a Fundação Pró-Rim. No entanto, não acreditei muito porque ele nem perguntou o meu endereço. Então, tirou um pedaço de papel do bolso e mostrou o número do meu telefone que ele copiou da minha ficha, que estava no balcão de atendimento”.
No dia marcado, segundo Luciane, o telefone tocou e em poucos minutos o rapaz chegou em sua casa. Surpreendentemente, logo foi pedindo permissão aos seus pais para viajarem juntos. “Confesso que pela primeira vez prestei atenção no cavalheirismo dele e na maneira carinhosa como me tratava. Conversamos o dia inteiro e me senti muito bem ao seu lado. Descobri uma pessoa alegre, generosa e com muita vontade de viver”, lembra Luciane.
“A gente nem havia começado a namorar, quando ele me surpreendeu com um estojo e mostrou um par de alianças, me pedindo em noivado, na presença dos meus pais. Perguntei se ele não precisaria de mais tempo para decidir sobre isso. A resposta foi: ‘tempo é a única coisa que eu não tenho na vida’. Na semana seguinte, alugamos uma casa em Itaiópolis e fomos morar juntos”.
Como Luciane mesmo diz, a sua história com Leandro não teve o glamour de amor à primeira vista e nem pode ser definida como um mar de rosas. Mas ela garante que essa história foi construída a partir do dia a dia, da força para viver, das descobertas e dos momentos simples que marcaram a união de duas pessoas diferentes, mas ao mesmo tempo tão semelhantes.
“O que sinto pelo Leandro é algo maior que amor. Reúne também cumplicidade, companheirismo, carinho e uma vontade imensurável de viver. Estamos juntos há cinco anos e tenho a impressão que sempre o conheci. Ele vive para me fazer feliz e eu também sinto necessidade de retribuir tanto amor”.
Para o futuro, Luciane afirma que o casal não tem grandes ambições na vida. “Apenas buscamos o complemento da nossa felicidade. Para 2018 queremos nos casar oficialmente e fazer uma festa bonita para a família e amigos. O mais importante de tudo, porém, é a possibilidade de eu engravidar. Quem me convenceu disso foi o Dr. José Aluísio, fundador da Pró-Rim”, conta emocionada.
O médico diz que muitas pacientes foram mães depois de transplantadas e que Luciane e Leandro podem acreditar nisso. “Temos muita fé que ainda vai acontecer”, finaliza. Hoje, Luciane mantém uma rotina ativa e muito produtiva. “Criei uma pequena empresa que prepara alimentos para eventos e o Leandro me ajuda muito”.
Luciane tem um grande sentimento de gratidão a toda equipe da Fundação Pró-Rim. “Agradeço à família Pró-Rim por tudo o que fez por mim e pelo Leandro. Além do suporte médico, a Pró-Rim também foi o grande cupido na nossa história de amor. Salvou a nossa vida e ainda colocou a felicidade no nosso caminho”.
Com a chegada do Dia dos Namorados, declara seu amor a Leandro e lhe agradece pelo sentido que deu à sua vida. “Mesmo diante das dificuldades que passei me considero feliz com a vida conquistada. Somos um casal como qualquer outro, com seus problemas e alegrias. O que nos faz diferentes é a necessidade que temos de um cuidar do outro, o tempo inteiro, incondicionalmente” destaca.
Fonte: SEGS – http://www.segs.com.br/saude/67937-pacientes-renais-se-apaixonam-apos-o-transplante.html – 12/06/2017