Saúde da Mulher – Cuide dos seus rins

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O Dia Mundial do Rim, este ano, é comemorado no dia 8 de março, no mesmo dia que o Dia Internacional da Mulher, com o tema: “A Mulher e a Doença Renal – Incluir, Valorizar, Capacitar”. O foco é a saúde dos rins na mulher.
No seu 13º aniversário, o Dia Mundial do Rim promove o acesso equitativo à educação para a saúde, aos cuidados de saúde e à prevenção de doenças renais para todas as mulheres e meninas do mundo. Pretende-se ainda assim chamar a atenção para a importância da adoção de hábitos de vida saudáveis, também na prevenção da doença renal.
A doença renal crónica é um problema mundial de saúde pública com desfechos adversos, tais como a falência renal e ainda a morte prematura. Afeta aproximadamente 195 milhões de mulheres em todo o mundo e atualmente é a 8ª principal causa de morte em mulheres, causando 600 mil mortes femininas por ano. Em Portugal, há mais de 5000 mulheres em diálise e mais de 3.000 mulheres transplantadas. Algumas conseguiram gestações com sucesso e adquiriram também o papel de mães.
Risco para a gravidez
O risco de desenvolver doença renal crónica é idêntico no homem e na mulher, no entanto encontram-se em diálise mais homens que mulheres, uma vez que a progressão da doença renal é mais lenta nas mulheres e ainda devido ao acesso desigual aos cuidados de saúde, nomeadamente em países menos desenvolvidos.
As mulheres tendem a doar mais facilmente um rim do que a recebê-lo. Algumas doenças renais, como a nefropatia do lúpus ou infeções renais (que têm um risco aumentado na gravidez) são mais comuns nas mulheres. Por outro lado, a doença renal crónica é considerada um fator de risco para desfechos adversos na gravidez e na redução da fertilidade, pelo que a gravidez nas mulheres com doença renal deve ter uma vigilância médica redobrada.
Para a prevenção desta patologia, a vigilância médica periódica tem como objetivo detetar e corrigir situações que podem conduzir à doença renal e despistar a sua presença. A vigilância médica é também importante durante a gestação e os primeiros anos de vida para despiste de malformações congénitas e doenças hereditárias – daí a importância da vigilância médica periódica em toda a população.
Intervenção precoce
Quando a doença renal está instalada (sem produzir queixas até uma fase bastante avançada), o controlo periódico pretende corrigir fatores que acelerem a evolução da doença e tratar precocemente as suas complicações.
Existe uma clara necessidade de maior consciencialização, diagnóstico atempado e acompanhamento adequado da doença renal crónica. A grávida com doença renal deve também ter um acompanhamento adequado. Por sua vez, a gravidez também pode ser uma ocasião valiosa para o diagnóstico precoce da doença renal, permitindo o planeamento de intervenções adequadas.
Mudar estilos de vida
As causas mais frequentes de doença renal crónica na população são a diabetes e a hipertensão arterial. Para além destas, a obesidade, a presença de níveis altos de gordura e de ácido úrico no sangue, são fatores importantes de progressão da doença renal. Todos estes fatores dependem, pelo menos de uma forma importante, do estilo de vida da população, nomeadamente da alimentação e exercício físico regular.
Coma bem, viva melhor! Poupe os rins! Mais vale prevenir do que tratar!
Dra. Rosária Rodrigues
Responsável do Serviço de Nutrição e Alimentação da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste
Fonte: Jornal Nordeste – http://www.jornalnordeste.com/olho-clinico/saude-da-mulher-cuide-dos-seus-rins – 07/03/2018