Dilma deixou de gastar R$ 15 bilhões em 2015 na Saúde

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O Brasil está a um passo de efetivar Michel Temer como presidente da República, mas para seguir adiante é preciso olhar para o retrovisor. A presidente afastada Dilma Rousseff é lembrada como honesta, já a gestora… Olhando dados do SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), exergamos que, apesar da crise, não falta dinheiro para a Saúde.Em 2015, o orçamento do Ministério da Saúde foi de R$ 121 bilhões. O governo federal empenhou (gastou) apenas R$ 106 bilhões, ou seja, nada menos que R$ 15 bilhões foram devolvidos ao Tesouro Nacional, segundo o SIAFI. Quanto às devoluções de dinheiro não usado na Saúde, de 2003 a 2015, no que tange a custeio e investimento, o Ministério de Saúde deixou de aplicar R$ 140 bilhões em 13 anos de governo petista. No caso de investimento em infraestrutura, foram usados menos de 50% dos mais de R$ 72 bilhões previstos. E de cada R$ 10 programados para melhorar o setor apenas R$ 4 foram usados.
A má gestão do governo Dilma na Saúde explica em parte a falta de médicos, remédios nos postos de saúde e hospitais, de tratamentos para hemodiálise e doenças como o câncer; fere o conceito de universalização da Saúde por meio do SUS. Isso sem contar com a epidemia de zika, chikungunya e dengue, doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, às vésperas das Olimpíadas.
O mosquito é um velho conhecido. A primeira epidemia de dengue no Brasil nos tempos atuais foi em 1981, em Roraima. Em 1986, ela chega ao Rio e faz no nordeste mais de 50.000 casos. Em 1998, houve uma pandemia com mais de 500.000 casos no país. De 2001 a 2003, o Rio de Janeiro sofre com mais uma epidemia de dengue.
Nos últimos três anos, houve redução de 60% no repasse do SUS às prefeituras para o combate ao mosquito: de R$ 363 milhões, só foram transferidos R$ 143 milhões aos municípios. Só em 2015 foram registrados mais de 1,6 milhão de casos em todo o país, com 863 mortes. Vale lembrar que para cada um registro de dengue, no mínimo, temos quatro sub-registros.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, que foi relator do Orçamento de 2016 na Câmara Federal, prevê executar este ano R$ 118 bilhões, 2% a menos que o orçamento previsto em 2015. Não precisa pedalar, basta gerir bem esses recursos para o bem da nossa saúde.
*Carlos Eduardo é doutor em medicina e presidente da Comissão de Turismo da Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Fonte: SRZD http://www.sidneyrezende.com – 02/08/2016