Diálise em casa e durante o sono, devolvendo a qualidade de vida ao paciente renal

0
342

A chamada diálise peritoneal já é uma realidade disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e no sistema privado (planos de saúde). O método acaba de ser debatido em congresso internacional.
Um em cada dez adultos apresenta doença renal crônica, segundo estima a Sociedade Brasileira de Nefrologia, sendo que 60% desconhecem sua condição. Por se tratar de um problema silencioso, é comum que os pacientes só busquem auxílio médico quando a doença se encontra em estágio avançado. Por esse motivo, cerca de 100 mil pessoas precisam ser submetidas à diálise, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Existem duas formas do tratamento: a hemodiálise e a diálise peritoneal. A primeira exige deslocamento a um ambiente ambulatorial e deve ser realizada, em média, três vezes por semana, em sessões que duram de três a quatro horas. Já no caso da diálise peritoneal, o paciente recebe o tratamento em casa, realizando o procedimento enquanto dorme, sem comprometer as atividades cotidianas, como as profissionais, por exemplo.
Além do conforto, a diálise peritoneal pode contribuir para sanar o problema de acesso ao tratamento. Enquanto o número de pacientes com necessidade de diálise aumentou em 4,5% ao ano entre 2000 e 2009, o número de unidades dialíticas aumentou apenas 1,2%. Segundo o último Censo da SBN, o Brasil conta com somente 726 unidades de diálise, sendo que regiões como a Norte e a Centro-Oeste possuem apenas 36 e 65 unidades respectivamente. Dados recentes do IBGE mostram que menos de 500 cidades no Brasil têm atendimento adequado aos pacientes realizando diálise. A cobertura de tratamento em municípios menores abaixo de 200.000 habitantes é de apenas 5%.
O Ministério da Saúde preconiza que 20% dos pacientes com necessidade de diálise recorram ao método peritoneal. No entanto, apenas 7% deles recebem esse tipo de tratamento, segundo um levantamento da SBN. Por todas essas razões, as vantagens desse tipo específico de tratamento acabam de ser discutidas no Congresso do American Society of Nephrology (ASN 2016).
Fonte: Jornal Dia a Dia http://jornaldiadia.com.br/ – 25/11/20160