Estudo do Hospital da Lagoa indica dieta ideal para pacientes com doenças renais

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Um estudo com pacientes do Hospital Federal da Lagoa mostrou que portadores de insuficiência renal crônica que adotam dieta com restrição de proteínas podem ficar mais tempo sem terapias renais substitutivas, como a hemodiálise. A pesquisa, coordenada pelo nutricionista Felipe Rizzetto, acompanhou 321 pessoas por três anos.
Elas foram divididas em dois grupos e as que seguiram o plano alimentar prescrito no ambulatório do hospital, com menos proteínas, tiveram diminuição na progressão da doença. Rizzetto ressalta que para reduzir o consumo é preciso calcular a necessidade diária de cada paciente.
— De acordo com a idade e o peso, planejamos a quantidade mínima de proteínas que o corpo precisa para manter atividades básicas. Qualquer grama consumida a mais pode sobrecarregar de alguma forma o sistema renal — diz ele, acrescentando que é preciso orientação para adotar a dieta, já que consumir a mais também acarreta prejuízos.
Eliane Barbosa, de 56 anos, é acompanhada no hospital desde que foi diagnosticada com insuficiência renal, há nove anos. Para ela, mudar a dieta foi essencial para a sua qualidade de vida:
— Comia muita carne e hoje controlo. A porção de proteína em cada refeição deve ser do tamanho da palma da mão. É um pequeno sacrifício que vale a pena — frisa a manicure.
A nefrologista Andrea de Almeida valoriza a nutrição no tratamento do paciente renal.
— O principal é tentar retardar a progressão da doença, já que ela não tem cura. Quando conseguimos alinhar com a nutrição, ajuda muito o tratamento e a preservar ao máximo a qualidade vida — explica a médica.
Consumo no país
No Brasil, é comum um adulto consumir, diariamente, perto de 1,4g de proteína por quilo corporal, quase o dobro do recomendado. Um bife de carne vermelha grande, com 150g, tem de 25g a 30g de proteína, o que pode corresponder à metade do ideal para um adulto saudável de 80kg, explica Rizzetto.
Outros fatores
A nefrologista Andrea de Almeida cita fatores importantes para evitar a progressão da doença renal e retardar ao máximo a hemodiálise. Entre eles, a restrição de sal para controle da pressão arterial, a ingestão adequada de líquidos para não sobrecarregar os rins e o controle do colesterol.
Hábitos importantes
Práticas simples e acessíveis, como fazer diariamente uma atividade física para evitar a obesidade, não fumar e também não abusar de anti-inflamatórios sem prescrição médica, são importantes para o controle da doença renal crônica. Sem isso, pode haver uma piora da saúde do paciente.
Como se manifesta
A insuficiência renal crônica ocorre quando uma doença (como a diabetes, por exemplo) ou outra condição de saúde prejudica a função renal, causando danos aos rins, cuja principal função é remover os resíduos e o excesso de água do organismo. Isso pode se agravar por meses ou anos.
Fonte: Extra – https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/estudo-do-hospital-da-lagoa-indica-dieta-ideal-para-pacientes-com-doencas-renais-21407472.html – 30/05/2017